segunda-feira, 23 de setembro de 2024

Bauhaus “She’s in Parties” (1982)

 

Em finais de 1982 os Bauhaus não eram mais um nome estranho, apenas familiar aos clientes do underground britânico. Tinham nascido em clima pós-punk, enfrentando os modelos vigentes através de uma lógica minimalista, herdando ainda um apelo melodista e uma certa teatralidade do velho glam rock e um sentido sombrio na sua música e alma que deles fez os pais do rock gótico.

Depois de somados alguns primeiros êxitos e depois de dada uma contribuição (bem positiva) para a sequência de abertura do filme The Hunger, de Tony Scott, o aproximar de 1983 fazia prever mais e melhores acontecimentos. Todavia acumulava-se uma tensão entre Peter Murphy e os restantes elementos da banda. A cedência da sua imagem para uma campanha das cassetes Maxwell, que podia ter sido usada em favor da popularidade do grupo, abrira mais ainda o fosso. Uma pneumonia afectou-o entretanto, levando Daniel Ash e David J a comandar os destinos da etapa de arranque da escrita e gravação de um novo álbum.

Além dos temas novos, foram ressuscitar canções da sua primeira etapa, uma das quais She’s In Parties, na qual se usavam o mundo do cinema como metáfora para explicar cenas da vida real e das relações entre pessoas. Dotada de uma estrutura dub quase subliminar, sob uma barragem eléctrica possante e uma melodia irresistível, e com a arrebatadora voz finalmente registada por Murphy depois de fisicamente recuperado, acabou escolhida como single. Foi um sucesso, mas o teledisco mostrava os Bauhaus como uma vulgar banda pop que não eram. Mais uma digressão, e quatro meses depois, o fim foi inevitável. O primeiro fim, entenda-se. mas na altura ninguém imaginava o que viria a acontecer em 1998 (e depois)…




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