segunda-feira, 23 de setembro de 2024

Taxi Girl “Mannequin” (1980)

 

Uma das pérolas da new wave nascida em França na viragem dos anos 70 para os 80, o single de estreia dos Taxi Girl representa também um dos primeiros exemplos de presença de maior protagonismo dos sintetizadores na canção pop francesa, sublinhando então as mudanças em curso exploradas pela lusodescendente Lio em Le Banana Split (1979) e antecedendo a maior visibilidade que os novos sons teriam em discos de nomes como os Indochine ou Etienne Daho na primeira metade dos anos 80.

Editado em 1980, e vincando mais de perto as heranças próximas da “escola alemã” do que Cherchez Le Garçon (segundo single, mais bem sucedido, lançado igualmente em 1980), Manequin é mesmo um tesouro a (re)descobrir. Transporta tanto um sentido de inocência e deslumbramento juvenil por novos estímulos (encontrados nas eletrónicas) como com eles sonha uma ideia de modernidade com travo sci-fi, que na altura era sobretudo comum à emergente nova pop eletrónica no Reino Unido. Note-se ainda que, além do som, a ideia de criar um retrato de um manequim não se afasta muito das visões lançadas em 1978 pelos Kraftwerk em The Model ou, até mesmo ainda antes, numa canção do álbum Trans Europe Express (1977) que em França teve lançamento em single numa versão em língua francesa como Les Manequins.

Uma das características hoje mais vezes apontadas entre as memórias dos Taxi Girl tem a ver com um dos seus fundadores. Em 1978 o grupo nasceu entre dois amigos que partilhavam, imagine-se, uma admiração por Bob Dylan. Um deles chamava-se Daniel Rozoum, o outro era Mirwais Ahmadzaï, nome que o mundo conheceria na viragem para o ano 2000 quando encetou uma relação (felizmente recorrente) como produtor e autor junto de Madonna.




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