quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025

Discografias Comentadas: The Rolling Stones – Parte III

 

 
Apresentamos nesta semana a terceira e última parte da discografia comentada dos Rolling Stones, agora falando dos álbuns lançados nas décadas de 80, 90 e na primeira década do século XXI. Os Stones dão prosseguimento aqui à fase de altos e baixos – mais baixos de que altos – que sucedeu o lançamento de seus dois mais aclamados discos, Sticky Fingers e Exile on Main St.. Depois de haver enfrentado o punk e a disco music, dessa vez a banda se deparou com a tarefa de sobreviver no mercado musical em plena época do videoclipe, quando pipocaram novos estilos de caráter mais comercial e o visual tornou-se também um elemento primordial para qualquer artista. Isso explica muito das novas experiências musicais e da estética da banda. Essa fase da carreira do grupo é geralmente tratada com desprezo, e muita gente sequer ouviu tais discos, mesmo aqueles que curtem o som da banda. Como fã e eterno “advogado do Diabo”, entretanto, eu me dispus a pagar pra ver e descobri que nem tudo são cravos na história recente das pedras rolantes! Vamos então aos discos! (Se você não leu a primeira ou a segunda parte da discografia comentada, clique aqui e aqui.)

Tattoo You [1981]

Este disco foi aclamado como um retorno à época de ouro da banda e é geralmente muito admirado pelos fãs, mas não o considero o último álbum significativo dos Stones. O interessante é que o disco é uma verdadeira colcha de retalhos, sendo formado majoritariamente por canções que foram primeiramente trabalhadas nas sessões para os álbuns Emotional RescueSome GirlsBlack and Blue e até Goats Head Soup! Apesar disso, e mesmo contando com faixas bem únicas em seus estilos, ele guarda uma qualidade desse último disco: a coesão. Tudo flui perfeitamente, e nenhuma faixa parece deslocada. A primeira delas é aquela que, depois de “Satisfaction”, talvez seja a mais popular canção dos Stones: “Start Me Up”. A faixa segue a linha de canções como “Brown Sugar”, mas sem a energia que antes marcava esse tipo de número dos Stones. Em seguida, após a animadinha “Hang Fire”, tem início esse verdadeiro carnaval de estilos: o reggae de “Slave”, o rockabilly arrastado de “Little T & A”, o blues puro e simples de “Black Limousine”. E a variedade de material não termina aí! “Neighbors”, um bom punk stoneano – quem sabe o melhor –, encerra o primeiro lado do disco, mais agressivo. No segundo lado, centrado em canções lentas, eles iniciam emendando duas baladas: a lindíssima “Worried About You”, que segue a linha de Exile on Main St – e poderia figurar no mesmo sem problema algum – e conta com Wayne Perkins fazendo um belo solo de guitarra; e a razoável “Tops”, da época de Goats Head Soup, com um belo refrão característico desse período. Cansado de incorporar o demônio e seus asseclas pouco populares, Jagger dessa vez recebe o espírito do recém-falecido John Lennon, na etérea canção “Heaven”, faixa única na carreira dos Stones. Destaque aqui para a performance de Jagger na guitarra, bem como para seu falsete o qual é bastante presente no disco inteiro. Na sequência temos a bela e calma “No Use in Crying”, uma balada soul que remonta aos primeiros anos da banda, mas cujo arranjo assemelha-se ao de um reggae. Pra fechar o disco, a razoável “Waiting on a Friend”, que soa como uma versão stoneana pra “It’s All Over Now, Baby Blue”, de Dylan. O disco, portanto, pode não ser mais um clássico, mas de forma alguma pode ser associado a qualquer desorientação típica dos anos 80. É a pura essência dos Rolling Stones acompanhada das vantagens e desvantagens do envelhecimento!
Undercover [1983]
Apesar de bem recebido na época, Undercover é forte concorrente a pior álbum dos Stones, tanto entre os fãs como para o público em geral. Concebido em meio a “disputas de poder” entre Jagger e Richards, o disco apresenta muitas canções mais roqueiras, como “Wanna Hold You”, composta e cantada por Keith, e flertes com estilos mais dançantes, como a própria “Undercover of the Night”, composta por Jagger. O resultado, infelizmente, não foi dos mais satisfatórios, e dificilmente se pode achar composições consistentes nesse álbum. O clima de disputa na gravação do disco veio acompanhado de uma temática agressiva em algumas músicas, desde a citada “Undercover of the Night”, cuja letra faz referência às políticas repressivas na América Latina, à também dançante “Too Much Blood”, que critica o excesso de violência na TV. Até o amor foi afetado por essa temática, como pode ser visto na faixa “Tie You Up (The Pain of Love)”, que fala de sado-masoquismo. Esta música, por sinal, é o melhor momento do disco, com boa melodia e um arranjo competente, mas de forma alguma um clássico. Um ponto em que o álbum peca com relação ao anterior é a substituição do vocal em falsete de Jagger por um vocal cheio, arranhado e chatíssimo! O disco conta ainda com faixas como “Pretty Beat Up”, de Ronnie Wood, as rockers “Too Tough” e “All the Way Down”, que até são legais, e um bom encerramento com a funkeada “It Must Be Hell”. Entretanto, se compararmos com tudo o mais que os Stones fizeram, esse disco sequer chega a ser mediano.

Dirty Work [1986]

Contendo dois covers, quatro parcerias de Keith com Ronnie Wood e uma parceria com Chuck Leavell (ex-membro da The Allman Brothers Band e tecladista dos Stones até hoje), este disco é um concorrente ainda mais forte a pior disco da banda! Não pra este que vos fala. Mesmo não estando sequer no nível de um Tattoo YouDirty Work possui seus dotes próprios. É como se a banda – ou Keith Richards, já que nessa época Jagger se preocupava apenas com sua incipiente carreira-solo – tivesse investido suas fichas no que Undercover possuía de menos ruim, isto é, um rock mais direto e o groove de faixas como “Tie You Up (The Pain of Love)” e “It Must Be Hell”. Iniciando com a fraca “One Hit (To the Body)”, em cujo videoclipe Mick e Keith simulam agressões corporais, parece que Keith deseja exorcizar a banda dos maus fluidos do disco anterior e mostrar que pode fazer um bom trabalho sem o auxílio de Jagger. A faixa seguinte, “Fight”, apesar do título também violento, é o primeiro sinal da mudança. É um rock seguro, com impacto. Temos depois o ótimo cover de “Harlem Shuffle”, bem descontraído, demonstrando ainda mais segurança. “Hold Back”, tal como “Winning Ugly” e “Back to Zero”, apresenta a banda lidando bem com a sonoridade oitentista, incorporando-a sem soar como forçação de barra. “Too Rude” é uma versão bem bacana de um reggae, mas soa muito deslocada no disco. A faixa-título e “Had It with You” não são tão boas como “Fight”, mas seguram a barra com um rock mais visceral. A pérola do álbum surge com “Sleep Tonight”, uma daquelas tocantes baladas entoadas pela voz suja e emotiva de Keith, resgatando a fórmula de “All About You”, mas desta vez com um resultado mais do que louvável! O disco encerra com uma faixa escondida, em homenagem ao recém-falecido Ian Stewart, com o mesmo tocando um blues sozinho ao piano. Moral da história: se Mick Jagger estava ocupado demais com sua carreira-solo, Keith tomou pra si o trabalho sujo de administrar os Rolling Stones – e com sujeira ele se entende bem!

Steel Wheels [1989]

Após um curto período em que as atividades da banda se deram por encerradas, com Keith chegando a lançar um ótimo álbum-solo, os Stones terminaram retornando e lançando esse disco, que é tido por muitos como um “retorno à forma” da banda. Ostentando talvez a pior capa da história da banda, esse disco é tão bom quanto o anterior, mas possui a vantagem de ser mais ousado. Tal ousadia rende péssimos momentos como o terrível refrão da faixa “Terrifying”, mas também momentos de se tirar o chapéu, como a ótima “Hold On to Your Hat”. A guitarra-base desta última, tocada por Jagger, dá lindas respostas ao contagiante refrão, enquanto que a guitarra-solo, cortesia do mestre Keith, corre irrequieta por toda a canção. Uma faixa curiosa é a balada “Blinded by Love”, breguíssima, mas também lindíssima, com um refrão tão simples quanto tocante. Outros destaques são a balada “Almost Hear You Sigh”, sobra do disco solo de Keith, com um maravilhoso trecho apenas com os backing vocals, e a nada convencional “Continental Drift”. Nesta faixa, Mick e Keith fazem as pedras rolarem no deserto do Saara, trazendo para o disco os mesmos Master Musicians of Jajouka que nos anos 60 tiveram um álbum produzido pelo falecido Brian Jones. Pra encerrar o disco, mais uma doce balada na voz de Keith, a belíssima “Slipping Away”. Com Steel Wheels, os Stones puderam entrar na década de 90 de cabeça erguida, o que lhes possibilitaria gravar o belíssimo disco seguinte.


Voodoo Lounge [1994]

Sem contar mais com o baixista Bill Wyman, que largou a banda oficialmente em 1992, os Stones inauguram essa nova década pedindo auxílio às forças obscuras dos cultos africanos, e o resultado obviamente é magnífico! Pra não banalizar o termo “clássico”, não irei utilizá-lo na definição de Voodoo Lounge, mas a verdade é que esse disco é de fato muito bom, um disco agradabilíssimo de ser ouvido, simplesmente a melhor coisa que os Stones fizeram desde 1973! O que me agrada em Voodoo Lounge talvez seja a sonoridade própria do início dos anos 90, pois, apesar de ser um adorador de décadas passadas, aqui eu me sinto em casa. Apesar da tentativa do produtor Don Was de fazer o disco soar como os Stones clássicos, tal sonoridade pode ser notada em faixas com características bem diversas, tais como a luminosidade de “New Faces”, o clima de viagem espacial de “Moon Is Up”, o hard arrastado de “I Go Wild” ou mesmo o balanço suave de “Sweethearts Together”, entre outras. Além do título do disco, percebe-se a intervenção do sobrenatural na faixa de abertura “Love Is Strong”, que, tanto em seu arranjo grave como no timbre da voz de Jagger, nos remete claramente a “Dancing with Mr. D”, que abria Goats Head Soup. No entanto, as primeiras faixas do álbum são relativamente fracas, se comparadas com ótimos momentos que surgirão ao longo do disco. O primeiro destaque vai para um verdadeiro clássico chamado “The Worst”, provavelmente a melhor das baladas com Keith nos vocais! A faixa peca por não dar um melhor tratamento às estrofes, tendo ênfase apenas no refrão, mas isso não diminui sua força. Seu principal pecado é na verdade sua duração curtíssima, tornando uma verdadeira obrigação ouvi-la no mínimo duas vezes seguidas! Pode-se destacar também: “Suck on the Jugular”, uma das melhores incursões da banda na seara do funk; a balada “Blinded by Rainbows”, cuja melodia, aliada a vocais cristalinos, nos remete – até pelo título – a “She’s a Rainbow”; e a lenta “Thru and Thru”, cantada por Keith, que se assemelha bastante à sonoridade do Pink Floyd a partir do álbum The Wall. Quando esta faixa termina, você pensa que o disco acabou, mas eis que entra “Mean Disposition”, uma música bem rápida, sem a menor cara de encerramento. Talvez tenha sido uma tentativa de resgatar algo de Exile on Main St, mas, tal como “Mean Disposition” nem chega aos pés de “Soul Survivor”, o encerramento de Voodoo Lounge termina sendo uma grande falha. O que, no entanto, não consegue retirar o mérito desse ótimo álbum, o último grande disco dos Stones.

Bridges to Babylon [1997]

Se Don Was freou os anseios modernizantes de Mick Jagger no álbum anterior, Bridges to Babylon deu vazão a muitas novas sonoridades na música dos Stones, incluindo a utilização de samplers. O resultado foi um disco inferior a Voodoo Lounge, mas não um completo estrago. Faixas de forte apelo pop como “Out of Control” e “Saint of Me” são descartáveis, mas o resultado obtido em “Anybody Seen My Baby” e em “Might As Well Get Juiced” é, no mínimo, interessante. Algumas das canções mais fracas do disco seguem mesmo fórmulas mais tradicionais da banda, como a agitada “Flip the Switch”, que abre o disco, e as duas baladas cantadas por Keith, “Thief in the Night” e “How Can I Stop”, que fecham o mesmo. Apesar de o título e a capa do disco parecerem fazer referência a uma temática reggae, não há um direcionamento do álbum nesse sentido, exceto pelo ska-pop de “You Don’t Have to Mean It”, com Keith nos vocais – esse é o único álbum onde Keith chega a cantar três músicas. Os dois maiores destaques são realmente as baladas “Already Over Me” e “Always Suffering”, ambas cantadas por Jagger e com refrões bastante parecidos. Bridges to Babylon, portanto, sequer chega a ser uma boa continuação de Voodoo Lounge, mas também não é um disco chato. Eu diria que vale ao menos como um experimento.

A Bigger Bang [2005]

A foto sobre um fundo escuro e a ausência de informações na capa do disco nos remetem à capa do primeiro álbum britânico dos Stones. Isso representa um pouco a proposta de A Bigger Bang, que procura se desvincular do excesso de elementos modernosos experimentados no disco anterior. No entanto, apesar de faixas como “Rough Justice”, a hardeira que abre o disco, e “Back of My Hand”, um blues de faceta mais tradicional, esboçarem um retorno no mínimo à década de 80, o resultado do disco em geral é mais a aposta em um rock limpo e básico do que qualquer tentativa de soar como no passado. Em termos de qualidade, A Bigger Bang fica no mesmo patamar de Bridges to Babylon. Faixas como “She Saw Me Coming”, a balada “Streets of Love” e o hard “Oh No, Not You Again” são bem agradáveis, mas não impressionam. Os destaques vão para as canções de pegada funk, como “Rain Fall Down” e principalmente as ótimas “Look What the Cat Dragged In” e “Driving Too Fast”. Essas duas últimas, juntamente com “Infamy”, cantada por Keith, dão um bom acréscimo de qualidade ao disco em seu encerramento, tornando-o tão bom quanto seu antecessor, ou seja, apenas mais um bom disco, nenhum grande estouro.

Rankings Todos os álbuns de estúdio de Justin Timberlake

 Justin Timberlake

Era uma vez, Justin Timberlake era mais conhecido por ser um membro da boy band NSYNC . No entanto, enquanto os outros membros do NSYNC desapareceram na obscuridade na maior parte, ele permaneceu um indivíduo muito proeminente na indústria do entretenimento. Para provar isso, não procure mais do que o fato de que Timberlake deixou de ser um membro de uma das boy bands mais vendidas para se tornar um dos artistas musicais mais vendidos por direito próprio. Um grande sucesso comercial que foi acompanhado por um grande sucesso de crítica também.

6. Man of the Woods

Man of the Woods foi lançado em 2018. Como tal, é o último lançamento de Timberlake. É interessante notar que ele declarou que o álbum teve uma boa quantidade de influência do lugar onde ele cresceu, o que é notável porque o estado do Tennessee é o berço do blues e do rock, sendo também um centro do country . Como tal, não é de se admirar que Man of the Woods combine influências de pop, funk, soul, R&B, americana e muito mais. No geral, não foi um álbum ruim, como mostrado pela forma como foi certificado como platina. Infelizmente, também vale a pena mencionar que Man of the Woods é o quinto álbum de platina consecutivo de Timberlake, o que significa que ele está enfrentando uma competição séria.

5. Trolls: Original Motion Picture Soundtrack

Tecnicamente, este não é um dos álbuns de estúdio de Timberlake. Ainda assim, a trilha sonora de Trolls apresentou muito trabalho de Timberlake. Para quem não conhece, Trolls foi um filme de 2016 baseado em bonecos troll, que são mais conhecidos por seus cabelos coloridos e penteados para cima. Esses brinquedos tiveram um aumento inicial de popularidade no início dos anos 1960. Depois disso, eles se tornaram populares mais uma vez dos anos 1970 aos 1990, com essa última década sendo um momento particularmente bom para a franquia.

Como tal, os bonecos troll estavam bem posicionados para capitalizar a onda de nostalgia, o que significa que um filme dos Trolls talvez não fosse mais do que uma questão de tempo. Independentemente disso, Timberlake foi um dos artistas mais conhecidos que se envolveram no projeto. No caso dele, ele não foi apenas o dublador do protagonista masculino, mas também um dos maiores contribuidores para a trilha sonora. Pessoas que se lembram de 2016 podem se lembrar de “Can't Stop the Feeling”, que foi escrita para a trilha sonora.

4. The 20/20 Experience – 2 of 2

Com base no nome, indivíduos interessados ​​não devem ter problemas em adivinhar que The 20/20 Experience – 2 of 2 foi uma parte de um projeto de duas partes. Não foi um álbum ruim por nenhum padrão razoável de medição. Afinal, álbuns ruins tendem a não ganhar disco de platina em vários países. No entanto, seu status como a segunda parte de um projeto de duas partes é muito claro.

Algumas de suas músicas, como “Take Back the Night”, ainda eram bem cativantes. Infelizmente, a maior parte de seu material não era tão coerente quanto o que foi lançado em seu antecessor imediato, o que é particularmente impressionante porque teve mais tempo de estúdio. Como tal, este álbum chega na quarta posição em vez da terceira, embora ainda esteja muito próximo em qualidade de seu antecessor imediato.

3. The 20/20 Experience

Talvez sem surpresa, The 20/20 Experience em si recebe a terceira posição nesta lista. Em termos de contexto, é interessante notar que houve uma lacuna considerável entre este álbum e seus predecessores. Isso porque depois que Timberlake terminou a turnê mundial que deveria apoiar seu segundo álbum de estúdio em 2007, ele deu uma pausa na música com o propósito de se concentrar em sua carreira de ator. Seu empresário começou a instigá-lo a fazer mais músicas novas em 2010, mas na época, ele ainda estava mais interessado em atuar do que em fazer música.

Como tal, foi uma surpresa para o dito empresário quando Timberlake revelou que estava trabalhando em novas músicas com Timbaland em meados de 2012. Em 2013, o projeto estava pronto para ir. Infelizmente, pode-se argumentar que foi um pouco apressado, visto que Timberlake teve apenas quatro semanas para terminar de gravar tudo por causa da necessidade de cumprir o cronograma de filmagem de Runner Runner. Talvez por isso, The 20/20 Experience fique um pouco aquém de seus dois predecessores.

2. Justified

Não há dúvidas sobre o fato de que Justified foi um dos lançamentos mais importantes na carreira de Timberlake. Afinal, muitos ex-membros de boy bands tentam lançar carreiras solo. No entanto, a maioria deles nunca consegue, apesar de seu ponto de partida relativamente vantajoso. Enquanto isso, Timberlake conseguiu dissipar todas as dúvidas com um único álbum que foi escrito e gravado em um único período de seis semanas enquanto o NSYNC estava em hiato.

Criticamente, Justified foi muito apreciado, como mostrado pelos vários críticos que comentaram sobre ser um sinal do som maduro de Timberlake. Comercialmente, bem, basta dizer que o álbum conseguiu vender mais de 10 milhões de cópias em uma base mundial, o que é particularmente impressionante porque isso é algo que saiu em 2002.

1. FutureSex/LoveSounds

Falando nisso, muitos artistas tropeçam quando se trata de seu segundo álbum, mas Timberlake não foi um deles. Dito isso, é importante notar que sua jornada para criar seu segundo álbum estava longe de ser tranquila, principalmente porque ele sofreu de esgotamento após Justified. Timberlake foi sábio o suficiente para não forçar a questão, principalmente porque sabia que não estava pronto para lançar algo que pudesse se comparar ao seu primeiro álbum.


Classificando todos os álbuns de estúdio dos Three Days Grace

 Graça de 3 dias

Nosso ranking de todos os álbuns de estúdio do Three Days Grace analisa todos os álbuns dessa banda de sucesso de Ontário, Canadá. A banda lançou um total de seis álbuns, todos com destaque nas paradas da Billboard. Eles também venderam milhões de discos globalmente, com seus três primeiros álbuns sendo certificados como platina pela RIAA. Se você é um grande fã dessa banda, você definitivamente vai adorar conferir nosso ranking de todos os álbuns de estúdio do Three Days Grace, que nós classificamos.

6. Human (2015)

O medo que muitos fãs tinham sobre a saída de Adam Gontier em 2013 era justificado, e este álbum provou isso. Geralmente é fácil para uma banda substituir um guitarrista, um baterista ou até mesmo um baixista. No entanto, substituir o vocalista principal é bastante assustador e pode resultar na banda perder sua identidade. Quando Adam Gontier saiu da banda em 2013, Matt Walst do My Darkest Days entrou para se tornar um membro oficial da banda. Embora seus vocais se encaixassem perfeitamente no som e estilo clássicos do Three Days Grace, a banda não era a mesma sem Adam Gontier. No geral, o álbum continha algumas das maiores jams da banda, como "Human Race", "Painkiller" e "I Am Machine". "Painkiller" é a segunda faixa do álbum e traz um peso no som da banda, semelhante ao que estávamos tão acostumados. “Fallen Angel” é outra ótima faixa liricamente, focando em pessoas que passaram por tanta coisa que estão quebradas espiritual e mentalmente. Apesar de algumas boas músicas no álbum, as últimas músicas que fecharam o álbum pareciam ser faixas de preenchimento.

5. Outsider (2018)

Outsider foi lançado em 9 de março de 2018 e foi o segundo álbum a apresentar Matt Walst como vocalista principal e o sexto álbum de estúdio da banda. A mensagem principal do álbum era encorajar as pessoas que estavam se sentindo presas e incomodadas com a vida. A banda levou um tempo para trabalhar no álbum o mais isoladamente possível. Ao contrário do álbum de 2015, Human, este mostrou que havia muita familiaridade e melhor química entre os membros da banda. O single principal do álbum, " Mountain ", é um hino e tem uma vibração positiva, encorajando as pessoas a continuarem se esforçando porque o espírito de conquista está nelas. A décima primeira música do álbum é chamada de "The New Real", pois a banda tenta mostrar o que a sociedade se tornou. Como a maioria de seus álbuns anteriores, Outsider é colaborativo, e vemos a banda se complementando bem.

4. Transit of Venus

O título do álbum e a data de lançamento de Transit of Venus foram anunciados em 5 de junho de 2012, quando o trânsito de Vênus pelo sol era visível. Transit of Venus também foi o último álbum a apresentar Adam Gontier como vocalista principal da banda. O álbum estreou na Billboard 200 dos EUA na posição 5 e foi indicado para Melhor Álbum de Rock na cerimônia do Juno Awards de 2014. O principal objetivo de gravar e lançar este álbum era experimentar novas instrumentações e camadas sem se afastar do som da banda. Embora você fique desapontado se estivesse esperando outro One-X, Transit of Venus ainda foi um álbum sólido.

3. Three Days Grace

O álbum número três em nosso ranking de todos os álbuns de estúdio do Three Days Grace é o lançamento autointitulado do ano de 2003, que foi o único álbum que a banda lançou como um trio. Em termos de tom sombrio e raivoso , nenhum outro álbum do Three Days Grace chega perto deste. Embora não tenha sido seu melhor álbum, foi uma ótima maneira de começar sua carreira. Algumas falhas distintas no álbum foram que os vocais de Gontier soaram um pouco ásperos, e a banda não tinha um som claro e distinto. Apesar dessas falhas, o álbum é bastante nervoso, agressivo e cativante. Uma das faixas de destaque do álbum é "I Hate Everything About You", que é uma das principais razões pelas quais o álbum foi classificado como cativante. A faixa apresenta algumas falas memoráveis ​​de Gontier enquanto ele despeja suas emoções. Se você é fã de Papa Roach, 3 Doors Down e Sick Puppies, você definitivamente vai gostar de ouvir este álbum.

2. Life Starts Now

Após o sucesso comercial do álbum One X, Three Days Grace novamente se uniu ao mesmo produtor, Howard Benson, no que foi um álbum mais leve e lírico do que One X. A produção do álbum começou no início de 2009, e o álbum foi lançado em 22 de setembro do mesmo ano. O álbum era bem pessoal, e confrontava o quão frágil a vida pode ser depois de muitos dias que a banda passou em turnê. O álbum apresentava algumas artes simbólicas que retratavam o início de uma nova vida depois que todas as memórias da infância tinham desaparecido. O álbum apresentava algumas das melhores músicas do Three Days Grace que você encontrará, como "The Good Life" e "World So Close". O álbum estreou na terceira posição na Billboard 200 dos EUA e vendeu 79.000 cópias durante sua primeira semana. Todas as músicas do álbum lideraram as paradas de rock, exceto o quarto single, "Lost In You". O álbum também foi indicado ao prêmio de Melhor Álbum de Rock no Juno Awards de 2010 e foi certificado como platina no Canadá.

1. One X

One X é, sem dúvida, o melhor álbum do Three Days Grace. O álbum foi lançado em 2006, e foi o primeiro álbum da banda em que eles lançaram como um quarteto com Adam Gontier, Barry Stock, Brad Walst e Neil Sanderson, todos presentes. A maioria das músicas do álbum são profundamente pessoais, o que reflete as lutas internas dos membros da banda . Muito do conteúdo do álbum foi escrito por Adam Gontier, que voltou da reabilitação devido ao seu vício em Oxycontin. O ex-aluno fez sua estreia na Billboard 200 dos EUA na quinta posição com "Animal I Have Become", "Pain", "Never Too Late" e "Riot" sendo os primeiros singles a serem lançados do álbum. Desde que One X foi lançado, o álbum parecia estar acima do resto, e não há música que você possa pular enquanto ouve o álbum.


TRAGO “TRAGO”

 De uma série de experiências e encontros entre quatro artistas de São Paulo nasceu um álbum que vale a pena colocar na lista dos mais cativantes deste 2024 ainda em construção. Cantora e compositora, Tulipa Ruiz tem por hábito criar vídeos filmados à volta da cidade e que depois disponibiliza nas suas redes sociais. Esses fragmentos de olhares estão na génese de um processo que das imagens fez nascer música, contando com as intervenções de Rica Amabis (programações e samples), Alexandre Orion (batidas) e Gustavo Ruiz (guitarras e baixo), irmão de Tulipa que, depois desta caminhada, colheu de volta as ideias entretanto transformadas, acrescentando as palavras e a voz. 

O álbum começou por se der a conhecer com uma primeira canção, “Porvir”, que, lançada na companhia de um teledisco, dava desde logo conta da experiência desenhada entre artes cruzadas que ali ganhava forma. Inspirada por um velho samba de 1940 de Wilson Batista e cantado por Ataulfo Alves (cuja letra original nos contava que “O bonde de São Januário/leva mais um sócio otário/só eu não vou trabalhar”, criando uma imagem do trabalhador como figura sem voz crítica e que incomodou o Departamento de Imprensa e Propaganda criado sob o governo de Getúlio Vargas), a segunda canção a ser revelada foi “Sou eu que vou trabalhar”, um retrato contemporâneo de rotinas de vaivém na grande cidade herdando um ângulo semelhante de observação. A terceira revelação fez-se com a mais poética “Dolores Prestes A Levitar”… Ficava claro, aos poucos, que algo raro e belo estava aqui a nascer.

Na verdade “TRAGO” (que tanto é nome do projeto como título do disco) teve uma génese longa que precede em muito estes três primeiros episódios de comunicação. De resto, algumas das canções aqui reunidas surgiram inicialmente entre 2012 e 2016 nas Palavras Cruzadas (um espetáculo idealizado por Marcio Debellian que desafia artistas das áreas da palavra, da música e da imagem a apresentar criações inéditas). Essa lógica de encontros e cruzamentos de artes acabou por gerar as várias sequelas que agora se juntam no alinhamento de um álbum ao qual chamaram também, em “Fumante Padrão”, a colaboração do recentemente desaparecido João Donato, que gravou a sua contribuição em sua própria casa, em 2017. Vale a pena lembrar que esta figura lendária da música brasileira já havia colaborado com Tulipa Ruiz em “Gravidade Zero”, single editado em 2019. Brian Jackson (flautista) e Rodrigo Brandão (rapper que escutamos na faixa-título que sublinha a dimensão crítica de um disco que assim retrata um tempo e um espaço) são outras forças criativas reunidas nesta aventura que junta ao desafio multimédia uma visão de liberdade criativa nas formas musicais (já que vamos de terreno indie com gosto pelas batidas a tonalidades jazzy ou até mesmo o pontual experimentar do noise em “Chorume”) e uma cativante dimensão poética. “Eu olho pro céu, antes de ser engolida pela cidade. /Eu engulo a cidade antes de olhar para o céu”, canta Tulipa Ruiz em “Espiritualizaderrima”, como que a sintetizar o modo como um disco pode traduzir o cruzamento de uma força criativa com um tempo e um lugar. Pois é, 2024 passa por aqui. 


“TRAGO”, do coletivo TRAGO, está disponível em CD e nas plataformas digitais em edição pelo Selo Sesc (com distribuição da Tratore)


Aos 85 anos, a música de Brigitte Fontaine continua a ser desconcertante e sedutora

 Figura ímpar na história da música francesa, com uma obra que recua aos anos 60, partindo das periferias da chanson para, com gosto pela vertigem da ousadia, explorar outras franjas da canção, passando mais tarde por terrenos do indie às eletrónicas, colaborando com nomes que vão de Etienne Daho ou Jacques Higelin a Grace Jones ou Sonic Youth, Brigitte Fontaine volta a ser notícia quando, aos 85 anos, apresenta em “Pick Up” aquele que (justamente) tem vindo a ser apontado como o seu melhor disco desde o magnífico “Prohibition”, de 2009. 

Com uma obra vasta e versátil que a fez passar também pelo teatro, o cinema ou a escrita, e com muitas canções expressamente escritas para outras vozes, outras suas entretanto revistadas (como sucedeu recentemente com “Ah que la vie est belle”, por Zaho de Sagazan), Brigitte reencontra neste seu vigésimo álbum de estúdio aquela mesma inquietude que sempre caracterizou os episódios mais cativantes da sua extensa discografia. Com um título traduz um duplo sentido, ora lembrando uma antiga forma inglesa de referir o gira discos, mas também traduz uma ideia de “escolha”, “Pick Up” segue uma antiga tradição de Brigitte Fontaine em chamar à sua música a presença de novos colaboradores (e com eles a arte de “incomodar” o seu próprio rumo), ao mesmo tempo mantendo a seu lado Areski Belkacem, seu parceiro de vida desde finais dos anos 60. 

A maior novidade desta vez chega através de Lionel Limiñana, um dos timoneiros dos The Limiñanas, banda de indie rock oriunda da região sudoeste do país que há dois anos havia já apresentado em “La Musique” uma colaboração com Areski Belkacem. Agora, ao lado de Brigitte Fontaine, Lionel Limiñana abre frentes que vão das paisagens mais intensas de encontros da eletricidade com electrónicas (“Le Mariage”) à cenografia com requinte sonoplasta de “Les Animaux” ou “Le Beau Temps” (aqui retomando ecos de paisagens magrebinas), passando pelo piscar de olho a heranças “gainsbourguianas” que atravessam “Crack Boom Track”. A voz, mais falada do que cantada, vinca uma assinatura que retoma uma vez mais olhares com viço e uma alma com traços revolta ainda bem firmes, por visões ora do seu infinito particular ora do universo ao seu redor, falando do passar do tempo, da mortalidade, da condição humana. Desconcertante, como sempre o foi nos seus melhores momentos, Brigitte Fontaine continua a ser uma expressão viva das faces mais exploratórias (e cativantes) da cultura pop/rock made in França.

“Pick Up”, de Brigitte Fontaine, está disponível em LP, CD e nas plataformas digitais, numa edição Verycords/Warner Music France.

Uma alma tranquila continua a marcar a pop elegante de C Duncan

 Quando se fala no esbatimento das antigas fronteiras entre as tradições da música clássica e os espaços da música popular não devemos escutar apenas exemplos como os que, através de nomes como os de Bryce Dessner (dos The National), Richard Reed Parry (dos Arcade Fire), Rufus Wainwright ou Johnny Greenwood (dos Radiohead), revelaram já exemplos de criação diferentes daqueles a que habituaram parte dos seus seguidores através de obras suas em programas de música orquestral, ensaiando passos na música coral ou até mesmo a ópera. O passar dos anos foi assistindo também, com nomes que vão de um John Cale a um Owen Pallett, a percursos feitos num outro sentido desse mesmo vasto canal de troca de ideias e experiências. E C Duncan (n. 1989), filho de pais com trabalho feito nos universos da música clássica, com educação feita na Royal Scottish Academy of Music (que hoje se apresenta como Royal Conservatoire of Scotland), onde estudou composição, e um início de carreira que viu peças por si compostas a ser interpretadas por vários ensembles em salas de concerto do Reino Unido, estreou-se nos discos, há dez anos, com um álbum de canções pop que revelava um saber cuidado na construção das canções e fazia de “Architect o disco-surpresa do verão de 2015 e deu a Christopher Duncan (o seu nome real) uma nomeação para o Mercury Prize.

Um ano depois (ritmo pouco vulgar nos nossos tempos) apresentava no sucessor “The Midnight Sun” um disco mais sombrio, mais pessoal (ou seja, mais íntimo), e ainda mais atento aos diálogos entre a o trabalho de composição e o detalhe na produção. “Health”, em 2019, se por um lado retomava aquela melancolia luminosa dos finais de tarde de verão do disco de estreia, por outro lançava as ideias para um espaço de horizontes mais largos. E colocava-nos perante um agradável confronto decididamente mais frontal consigo mesmo. O caminho para chegarmos a “It’s Only a Love Song”, que inclui ainda uma paragem, em 2022, em “Alluvium” (disco no qual, em algumas canções, piscou pontualmente o olhar a uma pop eletrónica), segue os trilhos de descoberta e assimilação de formas e ideias que este percurso foi alicerçando. Sem sinais de rutura, o álbum volta a colocar-nos numa zona de conforto que retoma os espaços dos seus primeiros álbuns, desenhado em linhas de uma pop com alma orquestral que procura referências e tonalidades noutros tempos que não o presente. Um clima romântico, que se fosse cinema seria coisa para um Douglas Sirk, reconhecendo o próprio C Duncan que nomes como os de Jacques Demy ou Leonard Bernstein são figuras que o inspiram. O aparentemente tranquilo mundo emocional de C Duncan expressa-se numa nova, bela e pacata coleção de canções. Não está aqui um disco para marcar o ano. Mas acrescenta mais um seguro passo numa carreira que continua a saber bem acompanhar com a placidez com que se segue por um caminho sereno e seguro.

C Duncan “It’s Only a Love Song” está disponível em LP, CD e nas plataformas digitais numa edição da Bella Union



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